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Inovação no Tratamento do Câncer Colorretal com Organoides Tumorais Derivados de Pacientes (PDTOs)

Updated: Jul 4

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Introdução


Na era da oncologia personalizada, a capacidade de prever respostas individuais a tratamentos contra o câncer é um divisor de águas. A Living Out Laboratório de Testes Celulares in Vitro, recente Joint Venture com a Base Científica, usa Organoides Tumorais Derivados de Pacientes (PDTOs) para preencher a lacuna entre a pesquisa laboratorial e os resultados clínicos.


Esses modelos tumorais 3D, cultivados a partir de amostras de biópsia de pacientes, replicam com precisão a arquitetura e o microambiente do tumor original. Este estudo de caso destaca como os PDTOs podem ser importantes ferramentas capazes de recapitular o perfil molecular do tumor de origem e prever as respostas a tratamentos em pacientes com câncer colorretal, demonstrando seu potencial para revolucionar a oncologia de precisão.


O Desafio


O tratamento do câncer colorretal muitas vezes envolve uma abordagem de tentativa e erro, onde os pacientes passam por terapias padrão sem certeza de sua eficácia. Isso pode levar a efeitos colaterais desnecessários, atrasos no tratamento eficaz e redução da qualidade de vida. O desafio era desenvolver uma ferramenta preditiva que pudesse orientar os oncologistas na seleção do tratamento mais eficaz para cada paciente.


A Abordagem


A Living Out desenvolveu um protocolo para cultivar PDTOs a partir de amostras de biópsia de câncer colorretal. Esses organoides foram expostos a agentes quimioterápicos comumente utilizados, incluindo Cetuximabe, Irinotecano, 5-FU, Oxaliplatina e o protocolo FOLFOX. A viabilidade dos organoides após o tratamento foi medida usando ensaios de viabilidade celular, e os resultados foram comparados aos perfis genéticos dos pacientes e aos desfechos clínicos.


Os principais passos incluíram:


  • Coleta e Cultivo de Biópsias: Amostras tumorais foram coletadas de pacientes no Hospital de Amor em Barretos, Brasil, e utilizadas para gerar cultivos de PDTOs.


  • Teste de Sensibilidade a Medicamentos: Os organoides foram expostos a concentrações variadas de agentes quimioterápicos, e sua viabilidade foi avaliada.


  • Correlação Clínica: Os resultados de sensibilidade a medicamentos foram comparados com as mutações genéticas dos pacientes (por exemplo, KRAS, BRAF) e suas respostas clínicas aos tratamentos que foram submetidos (baseados nos guias e protocolos do Hospital).


Principais Descobertas


Respostas Específicas dos Pacientes: Cada PDTO exibiu respostas únicas aos medicamentos testados, refletindo a individualidade da biologia tumoral de cada paciente.


Por exemplo:


  • CRHA05B: Esta cultura foi altamente sensível ao Irinotecano, alinhando-se com a resposta clínica positiva que o paciente obteve quando tratado com Irinotecano.


  • CRHA06B: Demonstrou resistência ao 5-FU e Irinotecano, consistente com a falta de resposta do paciente a esses tratamentos. Os ensaios com organoides sugeriram Oxaliplatina como uma alternativa potencial, que foi adotada posteriormente pelo corpo clínico.


  • CRHA10B: Mostrou sensibilidade ao protocolo FOLFOX, corroborado pela melhora do paciente após o corpo clínico ter decidido pela mudança para esse tratamento.


Insights Genéticos: cultivos de PDTOs que não apresentaram sensibilidade ao Cetuximabe, foram originados de pacientes com mutações KRAS (onde se espera não haver regressão do tumor com esse tratamento), mostrando uma concordância entre resposta dos PDTOs com perfil molecular do paciente.


Validação Clínica: Esses resultados preliminares obtidos com cultivos de PDTOs foram validados pelos desfechos clínicos dos pacientes, demonstrando o potencial dessa abordagem para guiar o planejamento do tratamento.


Impacto


O uso de PDTOs podem ter o potencial de transformar o tratamento do câncer colorretal ao:


  • Reduzir Tentativas e Erros: Os oncologistas podem tomar decisões informadas com base em dados preditivos, minimizando tratamentos ineficazes.


  • Personalizar a Terapia: Adaptar tratamentos à biologia única do tumor de cada paciente.


  • Melhorar os Resultados: Aumentar a probabilidade de respostas clínicas positivas e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.


Conclusão


Este estudo destaca o potencial transformador dos PDTOs na oncologia personalizada. Ao fornecer uma ferramenta confiável e específica para prever respostas a tratamentos, a Living Out está abrindo caminho para um futuro em que o tratamento do câncer é tão único quanto os próprios pacientes. O desenvolvimento e validação contínuos dessa tecnologia podem redefinir o padrão de atendimento em oncologia.


Robson Amaral, PhD.

CEO, Living Out

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